Yuval Noah Harari, em seu livro “Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã”, introduz a ideia de uma “legião de inúteis”, referindo-se à possibilidade de que grandes segmentos da população humana possam se tornar economicamente irrelevantes à medida que a tecnologia avança.
Harari argumenta que, com o aumento da automação e da inteligência artificial, muitos empregos hoje realizados por humanos serão substituídos por máquinas. A medida que essas tecnologias se tornam mais sofisticadas, não será apenas os empregos manuais que serão afetados, mas também empregos que exigem habilidades cognitivas complexas.
A ideia da “legião de inúteis” sugere que, em vez de criar novos empregos para substituir os antigos, a evolução tecnológica pode levar a uma situação onde um número significativo de pessoas não terá habilidades que sejam economicamente relevantes. Isso poderia resultar em uma grande divisão socioeconômica entre uma pequena elite que controla as tecnologias avançadas e uma massa de pessoas que são economicamente irrelevantes.
Harari discute as implicações sociais e políticas dessa divisão, incluindo a possibilidade de que os “inúteis” possam ser mantidos felizes e pacíficos através de drogas e jogos de realidade virtual. Ele também levanta questões sobre o que isso pode significar para o valor e o propósito humanos em uma era pós-trabalho.
No entanto, é importante notar que essas são previsões e hipóteses. O futuro da tecnologia e seu impacto na sociedade e na economia são incertos e estão sujeitos a muitos fatores imprevisíveis.